"*Nù ná nyɔ́ nú wè zúdohlandò!"

"*NÙ NÁ NÚ WÈ ZÚDOHLANDÒ!"
"*Que você seja feliz todos os dias!"

Este é o mais sincero desejo dos que compõem o Blog Povo-de-Santo: Ciência e Fé!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Laicismo ou segregacionismo?!

O argumento da necessidade de laicismo do Estado tem sido muito utilizado ultimamente para barrar a expansão de determinadas expressões de fé como, particularmente, no caso do Candomblé em relação aos meios de comunicação de massa.
Tocamos neste ponto, já nesse nosso primeiro editorial, em razão de sermos um programa radiofônico (com bastante repercussão no Estado de Pernambuco) voltado para o estudo e difusão da cultura, do folclore, da religiosidade, da arte e etc., de raízes e matrizes afro-brasileiras, porém por haver tido um problema de ordem técnica na Rádio que nos abrigava (incêndio nos transmissores), fomos forçados a nos retirarmos do ar por tempo indeterminado. Procuramos outro caminho que seria uma Rádio Universitária FM (uma vez que somos egressos doutra Universitária AM do mesmo Núcleo); a questão é que nos deparamos justamente com esse “empecilho”, por assim dizer.
Ao tratarmos com o novo diretor do núcleo da Universitária Emissora qual procuramos adequar um espaço, ouvimos de presto o assunto seria pensado, mas que esse seria um problema quase insolúvel, pois sendo o “Estado laico” haveria uma grande dificuldade de se tratar dessa ordem de questões (religiosas) numa Empresa Estatal. Mesmo que tal representasse uma boa parcela da Sociedade desse Estado! O tempo passou e já se vão alguns meses sem qualquer sinal de respostas...
O cerne do que viemos através deste editorial discutir é o seguinte: sendo a transmissão televisiva e ou radiofônica (qualquer uma que seja) uma concessão Estatal e sendo o Estado laico (ao menos no que tange às religiões de matrizes afro-brasileiras assim é que vem sendo), não é de se estranhar que determinadas religiões possuam concessões (às vezes dupla, diga-se de passagem!) para difundirem livremente suas convicções e proselitismos particulares, muitos dos quais ofendendo e perseguindo truculentamente outras confissões religiosas que fujam ao seu “teologismo capitocêntrico”? A idéia de laicismo não seria justamente para evitar o envolvimento do Estado naquilo que só ao indivíduo é pertinente, como no caso da fé? Se estes conceitos não forem observados com acuidade, onde ficarão os princípios de paridade e isonomia garantidos na Constituição federal? Por que então as Pertenças de matrizes afro-brasileiras não podem sequer manterem um programa nessas Emissoras que se dizem cristocêntricas cujas concessões são sim de ordem e caráter públicos? E porque o Poder Estatal se nega a promover um espaço que dê aos credos de “menor representação econômica” a oportunidade concedida àqueles que tanto se valeram dos nomes dos Exus, Orixás, Caboclos e Guias como elementos aterrorizantes de uma gente para se promoverem financeiramente e assim angariarem fundos para a construção de um verdadeiro império no mundo das comunicações de massa? Quem mais realmente está ganhando com isso?! “Brasil mostra tua cara, quero ver quem paga para gente ficar assim...
Fica aqui os protestos daqueles que juntos compõem o Programa Povo-de-Santo: Ciência e Fé.

Um comentário:

  1. Temos aqui o relato de uma situação verdadeiramente lamentável. Eu não posso me fazer de cego e fingir que isso não acontece. O espaço da rádio universitária é para a difusão da cultura vivida mesmo. Há muito que conquistar mas temos que lutar como guerreiros, não como choramingas em nenhum fronte. As vezes soará grosseiro o que dizemos e fazemos, então temos só que calcular se é necessário para manter a sacralização daquilo por que lutamos. Por que vivemos em sua integralidade.

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